A escravidão na África seria tão Antiga
quanto às registradas na Mesopotâmia, sendo inclusive, o próprio continente
africano produtor de grande parte da mão de obra. A escravidão mudou de forma,
alguns historiadores comentam que no início apenas as mulheres e as crianças
era utilizadas como escravas. Após a guerra entre as tribos os homens eram
mortos, suas esposas e filhos para não ficarem desamparados seguiam os
vencedores, passando a trabalhar para eles, ganhando desta forma um local para
ficar, ao passar dos séculos, as tribos foram percebendo que essa mão de obra,
poderia em parte, servir para trabalhos diversos, compensando os trabalhadores
que foram perdidos nas guerras.
O primeiro sistema escravista da história
vai surgir no século VII, a partir da invasão islâmica em território africano.
O escarvo negro já era utilizado há alguns séculos pelo velho mundo, nos próprios
territórios árabes o escravo negro era chamado de ZANJ, que significa escravo
negro da região da África oriental, mas que com o passar dos tempos generalizou
para todo o escravo negro. Quanto os mulçumanos invadiram o Egito, eles
procuravam apoderar-se desse comércio Transaariano, criando segundo o historiador
Dr. Paulo de Moraes Faria, com a implantação do Camelo no século II pelos povos
Berberes, foi possível manter uma relação entre os habitantes da África do
norte e a África subsaariana, porém esse comércio não foi pautado apenas em
produtos, mas em escravos, segundo Alberto da Costa e Silva, os grandes reinos
africanos: Gana, Mali, Songai e outra forma formandos justamente para
defender-se dos ataques dos berberes, que buscavam na região do Sael escravos
para serem vendidos para outros povos.
No alcorão não existe nada que condene a
escravidão, também não há nada que a justifique, sendo natural ao infiel a
salvação pela escravidão, porém como muitos fatos sociais, a escravidão no
mundo islâmico também foi sendo alterando naturalmente ao passar dos séculos,
Muhammed (Maomé) dizia que o escravo deveria ser tratado com bondade, ser bem
alimentado e vestido, caso seu proprietário não tivesse como mantê-lo deveria
vendê-lo, a escravidão por divida ou por crime era vedada, pois todo homem tem
direito a liberdade. Os escravos, ou melhor, as escravas, viam de vários
lugares, China, Índia, Leste europeu e África, esses era tidos como infiéis, e
precisavam ser salvos, a escravidão seria uma forma de salva-los, existiam
alguns povos que não podiam ser escravizados eram os Dhima (cristão e judeu),
pois segundo Muhammed, eles também acreditavam na existência de um único deus.
A escravidão do negro e justificado pelo
mito de Cam, segundo o historiador queniano Bethwell A. Ogot foram os árabes
que mudaram a lenda do mito de Cam, para que todo negro fosse considerado
impuro e dessa forma pudesse ser escravizado. Betwel levanta a tese que a
maldição lançada por Noé ao seu filho Cam, abrangeria somente a cidade de Canaã
e não de Cuxe, de onde deriva os negros.
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