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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Euwá-Dandaras: a arte negra que vem do sul


O Brasil é um país de muitas cores e diversas culturas. Mas quando se fala em cultura negra, todos os olhares se voltam à região do nordeste brasileiro. O "Brasil Negro" é mais que isto. Existe uma massa negra, sulista, que dissemina a cultura afro-brasileira para todos os cantos.
A história negra no Rio Grande do Sul começa, massivamente, em 1780, com o desenvolvimento das chamadas charqueadas. Nesta época os negros já representavam 29% da população total do estado, chegando em 1822 a representarem 50% da população gaúcha.
No Rio Grande do Sul há inúmeros clubes e museus sociais negros que levam música, capoeira, percussão, exposições de arte e espetáculos de dança a quem desejar saber um pouco mais desta linda e rica cultura.
Museu Comunitário Treze de Maio, criado em 1903, Patrimônio Histórico Municipal de Santa Maria (RS) e Patrimônio Histórico e Cultural do RS, é sede da Cia. de Dança Afro Euwá-Dandaras.
A Cia. de Dança Afro Euwá-Dandaras, que no dialeto africano Iorubá significa "Mulheres Guerreiras", possui uma trajetória de 15 anos e trabalha em prol da cultura afro-brasileira.
É um grupo de dança reconhecido estadualmente que batalha para que a dança e a percussão afro-brasileiras sejam representativas na luta do movimento social negro, mostrando a grande importância social que o povo negro tem nesta região do país.
Atualmente a companhia de dança apresenta um espetáculo com duas coreografias, Ojú Ewá e Bambara.
Segundo Marta Íris Camargo Messias da Silveira, coordenadora e coreógrafa da Cia. de Dança Euwá-Dandaras, "a coreografia Ojú Ewá tem a intenção de demonstrar a força da luta da etnia afro, com seus movimentos fortes e marcantes, resgatando a nossa africanidade, através de seu figurino. A coreografia também simboliza a alegria de dançar, presente em nossa cultura e a satisfação de nos aproximar da matriz africana."
Ainda segundo Messias, "a coreografia Bambara, faz uma alusão à tribo Bambara da Costa do Marfim na África. Traz instrumentos africanos como o djambè e acessórios como o escudo e a lança, tão utilizados por nossos ancestrais africanos em suas lutas e festas tribais."
As Dandaras, como a companhia é conhecida popularmente, são engajadas em seu compromisso de levar a cultura afro-brasileira para todo o estado e também fora dele. Com a agenda cheia de eventos durante o ano todo, conciliam dança, trabalho e estudo.
Segundo Karen Tolentino, bailarina da companhia, "a Cia de Dança Afro Euwá-Dandaras não é só um grupo de dança afro-brasileira, mas primeiramente um ambiente que me fez descobrir negra, valorizar a minha cor e querer dinamizar a cultura afro-brasileira. Sinto-me totalmente à vontade nesta Cia de Dança, na qual fiz amigos para a vida toda, e também a que me deu oportunidade para florescer a minha corporeidade. Dançar é nada mais do que transmitir emoções, ideias, percepções, dançar é expandir, é ser feliz!"

Reportagem retirada do site Yahoo notícias
consultado em 12/10/2012.

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