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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Reflexos da colonização Portuguesa.


        O rentável comércio com as índias (Japão, China e Índia) fizeram surgir uma disputa acirrado pelo domínio do mediterrâneo. Que se torna mais acirrada a partir de 1453, com a queda de Constantinopla e o bloqueio do Mar Mediterrâneo pelo Império Otomano.  Desta forma, a península ibérica (Portugal e Espanha) começa uma intensa disputa pelas descobertas de novas rotas. Portugal dá o primeiro passo em 1415 com a conquista da cidade Ceuta, norte da África, com isto os portugueses estabelecem um novo comércio, que dará a metrópole ouro e escravos.
É importante ressaltar que Portugal não tinha o domínio total de suas colônias ultramarinas, essa dominação irá ocorrer de fato apenas no final do século XIX, fato histórico que é conhecido como Imperialismo ou neocolonialismo. Durante quase IV séculos o comércio entre Portugal e África era feita por permuta de mercadorias. Ao contrário do que imaginamos esse comércio não trouxe lucro a Portugal, devemos lembrar que Portugal não tinha uma indústria de grande tecnologia como a Inglesa e a Francesa, é grande parte das mercadorias trocadas com os reinos africanos era comprado desses países europeus.
Com o passar dos anos, os portugueses foram perdendo sua hegemonia com as transações comerciais junto aos reinos da África Ocidental. Movidos por uma crescente demanda de escravos negros que surgia na Europa os portugueses foram obrigados a procurar novos reinos africanos. Em 1482 Diego Cão chega ao rio Zaire, mantendo contando com o reino do Congo, mais precisamente com os povos Imbangalas. Desta região Portugal conseguiria grandes números de escravos para atender sua demanda por mão de obra nas ilhas de Cabo Verde, Madeira e São Tomé, que iniciavam a plantação da cana-de-açúcar.
Os portugueses sabiam que a manutenção de um comércio de escravos poderia acentuar os conflitos das diversas etnias, porém eles usaram da prerrogativa da salvação do pagão, utilizando para isso do mito de Ham (Cam). Para melhorar sua logística na região, os portugueses construíram os presídios, aldeias fortificadas onde moravam os comerciantes de escravos, os pembeiros e mestiços, com altas muralhas e protegidas por soldados.
Ao fazer alianças com o reino do Congo, Portugal pode construir um comércio triangular envolvendo Angola, Brasil e a metrópole portuguesa. O lado africano era encarregado de abastecer a colônia brasileira de mão de obra escrava, ao Brasil, sua parte era de enviar para metrópole produtos agrícolas e minerais, extraído com a ajuda da mão de obra escrava, quanto à metrópole, essa agia diretamente em seus entrepostos comerciais africanos, mantendo ativo o comércio.  
Mas como Portugal mantinha esses entrepostos? Vale lembrar que os portugueses já não mantinham um comércio regular coma costa dos escravos, localizada na África Ocidental, e para não perder sua hegemonia na África central, foi preciso estabelecer um rigoroso controle administrativo, para isso, a conversão dos africanos a religião católica foi uma das imposições feitas aos reis e nobres africanos, com isto, era garantido à fidelidade à coroa portuguesa. Além da conversão, outras ferramentas foram impostas, entre elas, a conquistas das terras que eram entregues aos colonos.
Esse contrato colonial foi reforçado por Salazar na metade do século XX, novas regiões foram desapropriadas para serem entregues aos colonos portugueses, esses Angolanos expulsos de suas terras foram obrigados a irem morar em favelas. O sociólogo angolano Américo Boavida aponta esse momento histórica em seu livro, Cinco séculos de colonização, editora civilização brasileira.  Segundo o autor, essa indignação teria levado os angolanos a pedirem a Portugal sua independência.
O vídeo abaixo mostra o reflexo dessa colonização em território Angolano.




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