O rentável
comércio com as índias (Japão, China e Índia) fizeram surgir uma disputa
acirrado pelo domínio do mediterrâneo. Que se torna mais acirrada a partir de
1453, com a queda de Constantinopla e o bloqueio do Mar Mediterrâneo pelo Império
Otomano. Desta forma, a península ibérica
(Portugal e Espanha) começa uma intensa disputa pelas descobertas de novas
rotas. Portugal dá o primeiro passo em 1415 com a conquista da cidade Ceuta,
norte da África, com isto os portugueses estabelecem um novo comércio, que dará
a metrópole ouro e escravos.
É importante
ressaltar que Portugal não tinha o domínio total de suas colônias ultramarinas,
essa dominação irá ocorrer de fato apenas no final do século XIX, fato
histórico que é conhecido como Imperialismo ou neocolonialismo. Durante quase
IV séculos o comércio entre Portugal e África era feita por permuta de mercadorias.
Ao contrário do que imaginamos esse comércio não trouxe lucro a Portugal,
devemos lembrar que Portugal não tinha uma indústria de grande tecnologia como
a Inglesa e a Francesa, é grande parte das mercadorias trocadas com os reinos
africanos era comprado desses países europeus.
Com o passar
dos anos, os portugueses foram perdendo sua hegemonia com as transações
comerciais junto aos reinos da África Ocidental. Movidos por uma crescente
demanda de escravos negros que surgia na Europa os portugueses foram obrigados
a procurar novos reinos africanos. Em 1482 Diego Cão chega ao rio Zaire, mantendo
contando com o reino do Congo, mais precisamente com os povos Imbangalas. Desta
região Portugal conseguiria grandes números de escravos para atender sua demanda
por mão de obra nas ilhas de Cabo Verde, Madeira e São Tomé, que iniciavam a
plantação da cana-de-açúcar.
Os portugueses
sabiam que a manutenção de um comércio de escravos poderia acentuar os
conflitos das diversas etnias, porém eles usaram da prerrogativa da salvação do
pagão, utilizando para isso do mito de Ham (Cam). Para melhorar sua logística na
região, os portugueses construíram os presídios, aldeias fortificadas onde
moravam os comerciantes de escravos, os pembeiros e mestiços, com altas
muralhas e protegidas por soldados.
Ao fazer
alianças com o reino do Congo, Portugal pode construir um comércio triangular
envolvendo Angola, Brasil e a metrópole portuguesa. O lado africano era
encarregado de abastecer a colônia brasileira de mão de obra escrava, ao
Brasil, sua parte era de enviar para metrópole produtos agrícolas e minerais,
extraído com a ajuda da mão de obra escrava, quanto à metrópole, essa agia
diretamente em seus entrepostos comerciais africanos, mantendo ativo o
comércio.
Mas como
Portugal mantinha esses entrepostos? Vale lembrar que os portugueses já não
mantinham um comércio regular coma costa dos escravos, localizada na África
Ocidental, e para não perder sua hegemonia na África central, foi preciso
estabelecer um rigoroso controle administrativo, para isso, a conversão dos
africanos a religião católica foi uma das imposições feitas aos reis e nobres
africanos, com isto, era garantido à fidelidade à coroa portuguesa. Além da
conversão, outras ferramentas foram impostas, entre elas, a conquistas das
terras que eram entregues aos colonos.
Esse contrato
colonial foi reforçado por Salazar na metade do século XX, novas regiões foram desapropriadas
para serem entregues aos colonos portugueses, esses Angolanos expulsos de suas
terras foram obrigados a irem morar em favelas. O sociólogo angolano Américo
Boavida aponta esse momento histórica em seu livro, Cinco séculos de
colonização, editora civilização brasileira.
Segundo o autor, essa indignação teria levado os angolanos a pedirem a Portugal
sua independência.
O vídeo abaixo
mostra o reflexo dessa colonização em território Angolano.
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